O ativista pela reforma agrária e assentado, Wendell Girotto criticou duramente a lei sancionada pelo governo de Mato Grosso que estabelece punição a invasores de propriedades privadas rurais e urbanas, em Mato Grosso. A Lei nº 12.430 de 2024 de autoria do deputado Cláudio Paisagista foi publicada no Diário Oficial do Estado, nesta terça-feira (06).

Segundo Girotto, se a referida lei se for cumprida ao pé da letra atinge até o próprio agente que propôs o projeto. “Há muitos proprietários em situação de ocupação irregular, deveriam pensar mesmo é em recursos para que os órgãos responsáveis ampliassem o processo de regularização tanto fundiária rural e urbana. A reação das elites racistas, reacionárias, que se dizem conservadoras, utilizando dos seus ‘capitães do mato’ nas casas de lei em impedir os avanços das políticas públicas em relação à terra no Brasil é exagerada e vergonhosa”, destacou.

A utilização deste tema tão sensível de forma demagógica e oportunista por parte da classe política, não pode ser aceita e deve ser combatida pelos movimentos sociais ligados à reforma agrária e as forças progressistas. “Alguns agentes públicos usam as atribuições de legislar para tornar este assunto tão importante um em ‘circo’. Basta resgatarmos em memória recente a CPI do MST, onde deputados tentaram condenar o movimento e aparecem apenas para produzir vídeos para suas redes sociais. E aqui em Mato Grosso, o deputado Cláudio Paisagista tenta fazer uma cópia disso, para declarar que realmente faz um discurso em favor dos ‘humildes’, mas na sua prática há contradições entre discurso e prática”, disse Wendell.

Atualmente observa Wendell Girotto, são em torno de 4 milhões de sem-terra no Brasil, em Mato Grosso cerca de 100 mil famílias de trabalhadores rurais sem-terra, para ele, apenas com as terras improdutivas que não cumprem sua função social faltariam sem-terra no Mato grosso e no Brasil para assentar. “O Presidente Lula encomendou do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar a prateleira de terras públicas e devolutas e improdutivas, que serão destinadas para os fins de assentamento das famílias rurais sem terra e, coube ao INCRA fazer esse levantamento em todos os Estados, e aqui em Mato Grosso não é diferente, já está em andamento processo pra iniciar vistorias para arrecadação de terras e implantação de novos assentamentos”, projetou.

Por fim, o ativista defende a proposta de um modelo de desenvolvimento de nação promovendo o desenvolvimento social, e destaca os três pilares fundamentais. “Termos um Estado forte, reindustrialização da economia do país potencializando uma agricultura que produza alimento para o povo brasileiro e incentivo maior às agriculturas de extensão com responsabilidade há como existir um equilíbrio com alta tecnologia que existe para produção das sojas, milho, algodão etc… . Faremos o enfrentamento, não temos medo. Vamos dialogar com a sociedade, expor as nossas ideias, ouvir o contraditório e apresentar nossa solução para os pobres do campo e da cidade”, finalizou.

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