O texto aprovado em primeira votação, na semana passada, na Câmara Municipal de Vereadores, previsto para entrar novamente em pauta, nesta semana, com função de ajustar os termos finais do novo Plano Diretor de Rondonópolis, pode ser o gatilho para demissões em massa na cidade, prejudicando então sobretudo as chamadas classes populares.

A previsão é de empresários que há mais de 30 anos investem e conhecem a economia local, bem como suas tendências. Embora entidades representativas tenham se manifestado em audiências públicas, amparadas em pareceres técnicos, o texto elaborado pelo Executivo Municipal ignorou estas contribuições e fechou questão em controversos.

A avaliação quase unânime de quem vive o dia a dia dos setores da construção civil e imobiliário, por exemplo, talvez os mais crescentes da cidade, é que se emendas parlamentares não transformarem quase que por completo o conteúdo aprovado, em primeiro momento, será criado um ambiente hostil para o desenvolvimento dos diversos setores que dependem da engrenagem complexa que orbita na literal construção da cidade.

O grande temor é que o projeto do prefeito seja, na prática, um balde de água fria em cima de uma economia em plena ebulição.

“Temos a missão de gerar emprego na cidade e o setor da construção civil alimenta toda uma cadeia econômica. O que a gente pede é um bom senso do legislativo e executivo. Existiram sugestões de setores técnicos e a gente pede é para que estas contribuições sejam acatadas”, apela Neles Walter Farias, há 32 anos no mercado e responsável por gerar, diretamente, 150 empregos em Rondonópolis.

Ativo na vida institucional do setor que atua, sendo membro de destaque de agremiações como a Fecomercio, FCDL, CDL, ACOMAC/MT, Neles vê um enfranquecimento por completo de Rondonópolis, caso prospere a vontade inicial do Executivo Municipal.

“Cada empresa nova que chega na cidade traz novos impostos pra enriquecer o caixa local, agregar receita para termos hoje o orçamento de mais de R$ 2 bilhões no Município, que possibilitam as várias ações do Poder Público. Isso sem contar na geração de emprego direta que dá ao município toda esta força, reconhecida em todo Brasil. Não podemos ir na contramão das outras cidades de Mato Grosso, que estão fazendo de tudo para atrair capital. Nossos concorrentes são fortes”, alertou.

Dentre as possíveis alterações mais polêmicas, consta no Plano Diretor o aumento da margem de 100 para 200 metros da área não edificável às margens do Rio Vermelho, o que pode provocar a demolição de imóveis comerciais e residenciais que existem há décadas na localidade. Outra questão refere-se a limitações de andares em prédios verticais e de distância entre um condomínio e outro, dentre outros dispositivos legais que aumentarão decisivamente a burocracia e o custo, praticamente inviabilizando diversos empreendimentos já em fase de instalação.

O empresário Thiago Muniz exaltou os quase R$ 2 bilhões de compra e venda de imóveis na cidade, em 2022, para criticar a postura do prefeito e reiterar a chamada de atenção feita por Neles.

“O Executivo age neste plano diretor como se o recurso que vai para a Prefeitura não tivesse em boa parcela a contribuição deste setor e de tantos outros que estão sendo afetados com esse proposta. É como se a Prefeitura fosse uma empresa e estivesse disposta a criar dificuldades para um de seus melhores clientes, é insano. O Poder Público precisa ser técnico, político e sensível porque o percentual de erro precisa ser zero. O estudo de impacto desta proposta simplesmente parece que não existiu porque o que pode vir é uma catástrofe generalizada. Sorte da cidade é que os vereadores certamente corrigirão estas graves distorções”, manifestou-se.

Fonte: RGT NEWS

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